Joan Miró (1893-1983) foi um importante pintor, gravador, escultor e ceramista espanhol. Contemporâneo do Fauvismo e do Cubismo, criou sua própria linguagem artística e retratou a natureza da forma como faria o homem primitivo ou uma criança. Foi um dos mais destacados representantes do Surrealismo.
Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, no dia 20 de abril de 1893. Desde pequeno mostrou o gosto pela pintura. Ingressou na Escola de Belas Artes de Barcelona, mas com 14 anos, pressionado pela família teve que abandonar os estudos de artes.
Joan Miró estudou comércio e trabalhou dois anos como balconista em uma farmácia, até sofrer uma crise nervosa. Buscando se convalescer, passou um longo período na casa da família na aldeia de Mont-Roig del Camp.
Em 1912, seus pais consentiram que ele retornasse aos estudos. Voltou para Barcelona e ingressou na Academia de Artes, dirigida por Francisco Gali, que o apresentou às últimas tendências artísticas europeias.
Entre 1915 e 1919, Miró viveu entre Mont-Roig e Barcelona. Em 1918 realizou sua primeira exposição individual. Em 1919, depois de completar os seus estudos, foi para Paris, onde conheceu Picasso e entrou em contato com as tendências modernistas como o Fauvismo e o Dadaísmo.
No início da década de 20, Miró conheceu o fundador do Movimento Surrealista, André Breton. Em 1924, sua pintura recebe a influência surrealista, cujos símbolos fluíam do subconsciente como fonte de imagens fantásticas e de sonho. Nesse período destacam-se as telas Maternidade (1924) e O Carnaval de Arlequim (1924-1925).
Por volta dos anos 30, Miró tornou-se mundialmente famoso, expondo regularmente em galerias francesas e americanas. Ilustrou livros, fez cenários para balé, passou a interessar-se por colagem e murais e seu grafismo se reduziu a linhas, pontos e manchas coloridas.
No fim da década, quando eclodiu a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), Miró estava em Paris, e sua produção artística foi fortemente influenciada pelos horrores da guerra. É dessa época, The Ladder of Escape (1939).
Nessa época, Joan Miró pintou cartazes de propaganda política e idealizou o painel O Ceifeiro, que seria apresentado ao lado do célebre painel Guernica, de Pablo Picasso, no pavilhão da Exposição Internacional de Paris.
No começo da Segunda Guerra Mundial, Miró deixou a França. Esteve em Mallorca e em seguida retornou para Barcelona. São desse período as 23 pequenas pinturas em papel que compõem a série Constelações, algumas de suas obras mais famosas.
Mais tarde, em 1944, fez trabalhos em cerâmica e escultura. Neste mesmo ano, iniciou uma série de murais para o edifício da UNESCO, em Paris, e para a Universidade de Harvard.
Entre fevereiro de 1947 e abril de 1959, o artista fez três viagens aos Estados Unidos, onde o Expressionismo Abstrato lhe causou forte impressão.
Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza. Em 1956, mudou-se para a ilha de Mallorca, onde instalou um estúdio, na cidade de Son Abrines. Em 1958, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim.
Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda sua obra. Em 1975, criou a Fundação Miró, em Barcelona. Em 1980, recebeu a Medalha de Ouro de Belas Artes, do rei Juan Carlos.