PEDRO AMÉRICO DE FIGUEIREDO E MELO (1843, Areia, PB – 1905, Florença, Itália)
Aos onze anos foi contratado como desenhista da expedição científica do naturalista francês Louis Jacques Brunet, tendo percorrido nessa tarefa os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí, onde documentou a flora e a fauna durante quase um ano. Chegou ao Rio de Janeiro em 1854, e em 1856 ingressou na Academia Imperial de Belas Artes. Na Academia conquistou quinze medalhas de ouro e prata, e diversos diplomas. Em 1859, obteve de D. Pedro II uma bolsa de estudos na Europa. Em Paris estudou na Escola de Belas Artes, aluno de León Cogniet, Horace Vernet e Jean Dominique Ingres. Estudou também no Instituto de Física Ganot e na Sorbonne. Nesta última instituição obteve o diploma de Doutor em Ciências Naturais. Depois de breve estada na Itália, voltou ao Brasil em 1864, assumindo a cadeira de Desenho da Academia Imperial de Belas Artes. Voltou em 1868 à Europa, de onde retornou em 1870, já casado com a filha de Manuel de Araújo Porto Alegre, na época Cônsul-Geral do Brasil em Portugal. A partir de 1870 seu prestígio na Europa cresceu muito, sobretudo nos anos em que residiu em Florença, até sua morte. Entre seus quadros mais célebres podemos citar: Batalha do Avaí, O grito do Ipiranga e Independência ou morte. São de sua autoria os livros A reforma da Academia de Belas Artes de Paris, Discursos sobre estética e A ciência e os sistemas, este último reeditado recentemente em tradução de Gabriel Alves de Oliveira, pela Editora da Universidade Federal da Paraíba (2003). A seu respeito escreveu Walmir Ayala em 1985: “Personalidade representativa do espírito renascentista, da investigação científica ao cultivo das letras, como pintor especializou-se em temas da história brasileira. Consumou todo o rigor italiano de um verdadeiro academismo, o que lhe valeu a consagração da crítica européia no final do século XIX, e conquistou no Brasil uma popularidade sem igual entre seus contemporâneos.”