Pintora, desenhista, gravadora, ilustradora e professora.
Anita Catarina Malfatti (São Paulo SP 1889 – idem 1964) iniciou seu aprendizado artístico com a mãe, Bety Malfatti. Devido a uma atrofia congênita no braço e na mão direita, utilizava a esquerda para pintar. No ano de 1909, pinta algumas obras, entre elas a chamada Primeira Tela de Anita Malfatti. Reside na Alemanha entre 1910 e 1914, onde tem contato com a arte dos museus, freqüenta por um ano a Academia Imperial de Belas Artes, em Berlim, e posteriormente estuda com Fritz Burger-Mühlfeld, Lovis Corinth e Ernst Bischoff-Culm. Nesse período também se dedica ao estudo da gravura. De 1915 a 1916 reside em Nova York e tem aulas com George Brant Bridgman, Dimitri Romanoffsky e Dodge, na Arts Students League of New York, e com Homer Boss, na Independent School of Art.
Sua primeira exposição individual acontece em São Paulo, em 1914, no Mappin Stores, mas é a partir de 1917 que se torna conhecida quando em uma exposição protagonizada pela artista – em que também expunham artistas norte-americanos – recebe críticas de Monteiro Lobato no artigo A Propósito da Exposição Malfatti, mais tarde transcrito em livro com o título Paranóia ou Mistificação? Em sua defesa, Oswald de Andrade publica, em 1918, artigo no Jornal do Comércio.
Estuda pintura com Pedro Alexandrino e com Georg Elpons exercita-se no modelo nu. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna expondo 20 trabalhos, entre eles O Homem Amarelo e integra, ao lado de Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Pichia, o Grupo dos Cinco. No ano seguinte, recebe bolsa de estudo do Pensionato Artístico do Estado de São Paulo e parte para Paris, onde é aluna de Maurice Denis, freqüenta cursos livres de arte e mantém contatos com Fernand Léger (1881 – 1955), Henri Matisse e Tsugouharu Foujita.
Retorna ao Brasil em 1928 e leciona desenho e pintura no Mackenzie College, na Escola Normal Americana, na Associação Cívica Feminina e em seu ateliê. Na década de 1930, em São Paulo, integra a Sociedade Pró-Arte Moderna – SPAM, a Família Artística Paulista – FAP e participa do Salão Revolucionário. A primeira retrospectiva acontece em 1949, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp. Em 1951, participa do 1º Salão Paulista de Arte Moderna e da 1ª Bienal Internacional de São Paulo.